domingo, 27 de julho de 2008

Sporting vence Blackburn Rovers mas ainda tem algumas "arestas para limar"

O Sporting 2008/2009 é uma equipa que tem tudo certinho, tudo organizado e estudado desde a temporada passada, apesar da inovação táctica para um 4x4x2 clássico.

Os "leões estão nos carris", mas falta quem empurre a "máquina" e, acima de tudo, quem lhe dê velocidade. Ou seja, o melhor que se pode dizer deste início de época é que a equipa não corre riscos. A defesa que já é segura, está a tentar ganhar alas, mas falta quem rompa com a geometria instalada.

No terceiro teste para 2008/09, depois de uma vitória sobre o Atlético Cacém e uma derrota com o Sunderland, Paulo Bento colocou o meio-campo leonino em linha, tal como havia feito naquele encontro com os ingleses, em Albufeira. Adrien actuou com João Moutinho, mas a boa leitura de jogo do capitão ainda precisa de pernas. Nos flancos, Vukcevic e Pereirinha tiveram pouco jogo, enquanto Tiuí e Postiga quase não viram a bola.

A monotonia dominou os primeiros minutos, com as duas equipas a perceberem que terrenos pisar. Tanto assim foi que o primeiro remate surgiu apenas aos 17 minutos, por Adrien. Foi o mote para o que veio a seguir: Carriço cometeu penalty sobre Hodge e McCarthy, ex-F.C. Porto, foi chamado a marcar. O sul-africano converteu o castigo máximo e aos 20 minutos já o Blackburn vencia.

Mas, ainda nem 60 segundos tinha passado, quando o Sporting igualou: Moutinho sofreu falta, marcou o livre rapidamente servindo Pedro Silva e o lateral brasileiro, com um forte remate, atirou para o fundo das redes do desprevenido Fielding.

O interesse da primeira parte acabou aí, com um Sporting com mais posse de bola e a controlar o jogo, mas sem conseguir acrescentar ataque à segurança defensiva.


Como era de prever, Paulo Bento trocou peças à entrada para a segunda metade. Tirou Moutinho pôs Rochemback, fez sair Grimi e lançou Ronny. Tudo para ver se a mecânica aprendida na Academia continua a funcionar, mesmo com peças diferentes. E, de facto, continua, mas o problema da primeira parte permaneceu: faltou quem imprimisse velocidade.

Este Sporting ainda não dá indicações de um possível "onze" para atacar as várias competições em que vai estar envolvido. Liedson continua a recuperar de cirurgia, Veloso está lesionado, Djaló e Romagnoli que são dos mais rápidos, estiveram no banco.

A vantagem dos "leões" no marcador surgiu de forma pouco habitual: Tonel surgiu onde jogam os pontas-de-lança e correspondeu muito bem ao cruzamento de Rochemback.

É certo que o central costuma marcar, de cabeça e após os cantos, mas foi precisamente ao contrário que o golo surgiu, com o pé e no seguimento de uma jogada corrida. Enfim, Tonel rompeu a ordem estabelecida e o Sporting, em vantagem, foi mais alegre e expedito, com Rochemback a querer bola para construir jogo. E assim, começaram a surgir então as jogadas nas laterais.

Em resumo, foi uma boa reacção do Sporting à desvantagem e a uma grande penalidade, esteve melhor no segundo tempo com Rochemback do que com Moutinho. Mas, pela valia de ambos, e pelo que se conhece do Sporting e de Paulo Bento falta encontrar espaço para os dois, que certamente serão titulares ao longo da época. O favorito losango do treinador leonino ainda não apareceu, mas deverá surgir com o 26 e o 28 ao mesmo tempo em campo.

Com a recuperação de Veloso, o dilema leonino fica ainda maior: com uma defesa bem rotinada da época passada (apesar de um outro susto nas bolas paradas), com Derlei e a contratação Postiga à espera de Liedson, quem vai jogar onde no meio-campo do Sporting? Qualidade não falta e Paulo Bento terá aqui uma "boa" dor de cabeça, para resolver durante os próximos 9 meses.


Por Luís Pedro Ferreira, jornalista "Mais Futebol"

Foto: André Kosters, fotojornalista "Lusa"

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