segunda-feira, 5 de maio de 2008

Sporting vence em Paços de Ferreira e fica a um ponto da Liga dos Campeões

Um tudo ou nada mais de frieza permitiu ao Sporting arrancar uma vitória sofrida em Paços de Ferreira e embalar definitivamente para o sonho do segundo lugar. Basta agora um empate na última jornada, na recepção ao Boavista, para garantir o segundo lugar e a entrada directa na Liga dos Campeões.

Ora numa altura destas, uma vantagem de dois pontos sobre o V. Guimarães e três sobre o Benfica era tudo o que os adeptos leoninos pediam. Até porque ganhar em três campos (Paços de Ferreira, Belém e Reboleira) não é nada fácil.

Foi bom, mas também sofredor. A formação leonina voltou a deixar evidente aquela que provavelmente será a maior lacuna da equipa, as bolas paradas em situação defensiva, que em duas ocasiões na segunda parte permitiram que Kiko e Dedé ficassem a milímetros do golo do empate.

O coração dos adeptos do Sporting quase parava, mas felizmente, não parou e até começou a bater mais forte, aliás muito forte. Mas do outro lado os torcedores pacenses quase tinham o coração a sair pela boca e transmitiram esse estado de alma aos jogadores da capital do móvel.

E foi o que valeu ao Sporting, pois o jogo da Mata Real ficou marcado por esse facto, por um nervosismo evidente em duas equipas que não podiam perder pontos. Por isso foi um jogo de emoções à flor da pele mas não foi propriamente bonito.

Crónica do Jogo:

O P. Ferreira entrou melhor e com transições rápidas conseguia chegar num instante à baliza adversária, ainda que o Sporting tivesse o domínio. A partir daí colocava as bolas junto à linha, ora em Edson, ora em Cristiano, e esperava que os extremos fizessem o resto. Enquanto houve tranquilidade para isso, os dois criaram problemas.

Antes do golo do Sporting, aliás, só se tinha visto jogadas de perigo junto da baliza de Rui Patrício. Por duas vezes o P. Ferreira ficou até muito perto de marcar. Da primeira vez num remate de Edson, após iniciativa indivudal, que Tonel tirou em cima da linha de golo, da segunda um tiro de Cristiano que ainda tocou na barra e saiu por cima da baliza.

A jogada que permitiu a Cristiano rematar com perigo foi aliás sintomática de como o Paços entrou melhor. Em dois toques a bola chegou de uma área à outra. Mangualde deu para Filipe Anunciação, sobre o meio-campo, que lançou mais para a frente para Cristiano, que rematou fortíssimo após trabalhar bem sobre Tonel.


O Sporting teve a felicidade de marcar na primeira falha da defesa do P. Ferreira e isso alterou por completo os dados. Miguel Veloso bateu um livre (muito contestado pelos pacenses) no lado esquerdo, Vukcevic deu para Djaló e o avançado finalizou fácil. A partir daí a insegurança da equipa de Paços de Ferreira tornou-se mais evidente e até ao intervalo só deu Sporting, que dominou como quis.

Só sensivelmente a partir dos 60 minutos é que o P. Ferreira voltou a mandar no jogo e até lá o Sporting foi sendo melhor, mesmo que tenha acrescentado pouco junto da baliza adversária. A equipa dominava, trocava a bola, tentava através da habitual dinâmica na frente criar perigo, mas era pouco eficaz e mantinha apenas o perigo em bolas remates de longe.

Quando José Mota arriscou, aí sim o P. Ferreira cresceu. Primeiro abdicou do lateral-direito (Mangualde) para colocar mais um médio (Fernando Pilar), sobre os dez minutos finais lançou mais dois avançados (Carlos Carneiro e Fábio Paim) e a equipa partiu então para a frente e tentou de todas as formas possiveis e imagináveis o empate, mas Paulo Bento tratou de reforçar a defesa com a entrada de Gladstone e soube sofrer até ao fim.

Apesar de tudo, e apesar da meia-dúzia de remates que conseguiu na segunda parte, o P. Ferreira só esteve verdadeiramente perto do golo nos cabeceamentos já referidos de Kiko e Dedé. A intranquilidade não lhe permitiu fazer melhor, pelo que parte para a última jornada a depender de um mau resultado do Leixões. Ao contrário, o Sporting só precisa de empatar com o Boavista para conseguir a tão desejada entrada na Liga dos Campeões.


Por Sérgio Pereira, jornalista "Mais Futebol"

Foto: Lusa

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