
O jogo com a Sampdoria servia de último ensaio para os jogos oficiais, mas os primeiros quarenta e cinco minutos não permitiram aos técnicos, e em especial a Paulo Bento, tirar grandes notas. Os remates à baliza foram praticamente inexistentes e o golo apontado por Derlei, aos 24 minutos, resulta de um enorme brinde de Mirante, o guarda-redes da "Samp". O que houve muito, de mais até, foram quezílias. Intervenientes foram muitos, mas ainda antes do intervalo foi Campagnaro a ver o cartão vermelho, depois de uma entrada dura sobre Rochemback.
Ao intervalo Paulo Bento mudou quase meia equipa, com dois propósitos: colocar em campo os jogadores que ainda têm possibilidades de conquistar um lugar no onze que vai defrontar o F.C. Porto (casos de Caneira, Miguel Veloso e Postiga, sobretudo) e também trabalhar mais um pouco o sistema alternativo, o 4x4x2 clássico, com a entrada de Pereirinha para o flanco direito.
Do lado oposto ficou Izmailov, que logo nos primeiros minutos da etapa complementar protagonizou a melhor jogada do encontro (a única merecedora de destaque, a bem da verdade). O russo ultrapassou dois adversários à entrada da área, em zigue-zague, mas depois, na cara do guarda-redes, atirou incrivelmente ao lado.
No resto a segunda parte foi pouco diferente da primeira. Grimi esteve mais activo e deu nas vistas em dois lances, primeiro com um remate de longe e depois com um belo cruzamento para Postiga, mas em ambas as ocasiões a bola saiu ao lado.
A Sampdoria, mesmo em inferioridade numérica, tentou timidamente chegar ao empate, mas na melhor ocasião Stankevicius atirou ao lado, depois de ter aparecido solto na pequena área (67m).
A onze minutos do final a jogada mais surreal da noite. Rodrigo Tiuí aproveitou um mau passe da defesa da Sampdoria e antecipou-se ao guarda-redes Fiorillo, que o derrubou ainda fora da área. Pedro Proença deu a lei da vantagem pois a bola sobrou para Postiga, mas o avançado português ficou à espera da falta e não marcou. Acabou por ser o próprio Tiuí a rematar depois, mas nessa altura já Fiorillo tinha recuperado a posição, conseguindo defender.
Logo a seguir, porém, veio o momento da reconciliação entre os sócios e adeptos do Sporting e João Moutinho. Proença assinalou uma grande penalidade e Paulo Bento deu a indicação para ser o capitão a marcar. Inicialmente ainda se ouviram alguns assobios, mas na altura em que o médio arrancou para a bola já toda a gente aplaudia. Um gesto que se prolongou depois, dado que Moutinho marcou o segundo golo. Logo a seguir o 28 cedeu o lugar a Adrien e os aplausos foram unânimes. A uma semana da Supertaça, Paulo Bento terá soltado um sorriso, mesmo que sem o revelar exteriormente. O melhor do jogo, para as suas contas, terá sido mesmo a reconciliação da tribuna de Alvalade com João Moutinho.
Por Nuno Travassos, jornalista "Mais Futebol"
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